quarta-feira, 20 de novembro de 2013
I'll Be There
Eu estou aqui.
Sempre estarei aqui por você. Por mim. Por nós.
Nem sei dizer quantas vezes por dia ouço a melodia de I'll Be There.
Aqui dentro.
Vem vindo como um fiapinho.
Tênue cirrus trazendo os acordes em seus cristaizinhos de gelo.
De mansinho, vão se instalando.
E começam a ganhar cor, coração, corpo.
Vida.
E pulsam forte. Intensamente.
Meu céu se enche da sua harmonia vibrante.
Cheia de um afeto de longa data.
As gotas da canção caem vigorosas, cheirosas. Brilhantes.
Desejo sorvê-las lentamente... banhar-me nelas, redescobrindo seus atalhos, seu desenho, seus segredos.
Apaixonada, atenta e tranquila para não deixar escapar nada do estado de graça que consigo alcançar.
A gratidão, banhada por mil lágrimas, rege minha alma aprendiz.
Atinge meu corpo que se arrepia. Minha boca que emudece.
Minha mente que carrega você onde quer que eu vá, Michael.
...
Longa viagem, até aqui.
...
Esta canção tem o perfume da minha infância.
Ela personifica a saudade de você. De mim.
Ela é um grande barco de lindas e profundas lembranças.
Aquele amor arrebatador continua aqui.
Definitivamente, Você pertence ao meu céu.
E eu estou....eu estarei...
Aqui, ali, acolá...
Por você
Meu amigo
Meu irmão
Minha doce criança.
~~
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Uma Criança os Guiará
...."... e uma criança os guiará."
~ Isaías, 11:6.
"Todos os seus filhos serão ensinados pelo Senhor, e grande será a paz de suas crianças."
~ Isaías, 54:13.
Acredito, de todo coração, que pouco deixamos nos conduzir pela criança que habita em nós.
Michael Jackson sempre se referia a uma inspiração em especial... sem dúvida, fruto de sua capacidade de captar a pureza e inocência das crianças.
Energia que percorria a totalidade do que ele era, com toda a permissão, com toda a liberdade. Intensamente... mas com muita naturalidade.
Sua aptidão para lidar bem com os pequenos de várias idades não é algo tão comum de se encontrar. Nem tão simples assim de compreender.
Infelizmente, no afã social de traduzir suas ações e comportamento -dentro do universo da imprensa ou não- um sem número de pessoas, invariavelmente, errava o alvo.
Equivocadamente colocado como um "infantilóide" do cenário musical popular ou como alguém de conduta duvidosa.
Sendo mais precisa, leio e escuto isso até hoje. De muita gente inteligente, inclusive do meio musical.
A pressa. Sempre a pressa do ser humano em ter algum ponto de vista pronto sobre alguma coisa ou alguém. Como um texto mal escrito, sem um nível mínimo de argumentação, levado para um debate.
Até aí, seria razoável. Acho preocupante e nocivo é não nos abrirmos para um tempo maior, para que haja um conhecimento um pouco mais amplo. Mais informações.
Não custa nada contestar o velho clichê: "a primeira impressão é a que fica".
A chance que muitos deixaram de dar à própria boa vontade, gerou inúmeras consequências desastrosas. Para a vida pessoal e profissional de Michael. Causou dor, raiva, mágoa.
Transtornos em sua saúde física e mental.
E isso não tem a menor graça.
Não é nenhum pouco fácil de se lidar.
Praticada por questões triviais de qualquer conversa de esquina ou por se relacionar à concorrência feroz, a um mercado competitivo e agressivo, a intolerância prejudica.
Não há como se contestar.
Fere, maltrata, deixa marcas até o fim da vida. Quando o início do fio do constrangimento, do linchamento, é puxado, muitos são os interessados em dar o seu 'chute'. Em dar sua repugnante contribuição.
Michael Jackson mergulhava em seus conflitos e emergia, desde sempre.
Tanto quanto muitos de nós, ele sabia estar no mundo adulto de compromissos e responsabilidades.
Acertava, errava, lutava, esperava, sofria, recebia méritos e glórias... VIVIA.
Mas, na intimidade da sua obra, era a sua criança interior que canalizava a energia da natureza da vida.
Com todo o despudor. Em todo seu esplendor.
O poder sonhador e criativo, ilimitado, irrestrito, audacioso e iluminado de Michael, a meu ver, vinha exatamente do contato permanente e aberto com seu próprio espírito inocente, quase intocado.
O que ele soube preservar desta porção, não conhecia barreiras.
E o atravessava...
Saltando, com o brilho mais lindo que já vi, através de seus olhos, sua voz, seu sorriso, do ritmo de seu corpo, das letras de suas canções, de seu caráter gentil, generoso, solidário, de um verdadeiro cuidador.
Toda criança que se aproximou dele, o apreciou de alguma forma. Sentiu facilidade na aproximação e na comunicação.
É absolutamente tocante ver crianças, pelo mundo todo, repetindo o que ele fez como artista, de gestos a figurinos, passado mais de meio século de seu nascimento.
E tendo suas vidas tocadas pelo grau imenso de amor à arte que ele soube transmitir, de uma forma inigualável.
Muitas coisas me refazem a cada dia. Esta é uma delas.
Michael brilha mais do que nunca.
That's for all time.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Do Coração de um Menino
Pai,
vem aqui
fica perto de mim
me dá sua mão
me abraça forte
mais uma vez
enxuga minhas lágrimas
a dor não quer passar, pai.
Não desaparece, não.
Por favor...
ainda tenho tanto pra te dizer
tanto pra aprender com você
tanto pra sorrir
junto com você...
Conta uma história pra mim?
Quero adormecer assim.
Acorda e me chama
pra dar bom dia
assim que eu abro os olhos
sei que meu dia
vai mesmo ser bom
confio em você
Aprendi.
Será que tem que ser diferente?
Estou escondendo
de mim mesmo
um monte de coisas lindas
que a gente viveu
Pra não chorar demais
pra não perceber de verdade
o tempo sem você
E se meu coração explodir
pela saudade que estou sentindo?
E se meu coração, de tão vazio,
desistir de bater?
Sabe, pai...
todo meu corpo está doendo
acho que nada está valendo.
Eu te chamo
baixinho...
em voz alta...
mas você não vem.
Não me ouve mais.
Sinto tanta falta
do som de seus passos aqui
do seu olhar sobre mim
Do seu beijo
Do seu cuidado
Da sua voz chamando meu nome.
Rindo.
Contando coisas.
Dizendo: "Eu te amo!"
Onde está você?
Eu também te amo, papai.
...
Dedicado a todos os meninos e meninas que perderam os pais por abandono, negligência, morte, prisão, e todo tipo de ruptura dolorosa, injusta, inevitável. E ao que se segue. Luto, feridas, superação.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
A Derradeira Canção
Deus permitiu que sua última pegada,
deixada em um palco,
fosse esta.
Que fosse assim.
Com a profundidade,
com a pungência de sua
canção da Terra.
De sua voz rasgando a atmosfera,
de sua interpretação visceral,
ecoa a mensagem que nos comove,
que arranca as lágrimas
que devolvemos para o planeta.
Por nossa humilde condição.
Para um sopro de cordialidade.
Por um vislumbre de eternidade.
De irmandade.
Amar você faz fluir comunhão
de toda natureza.
Michael.
Ao dar seus primeiros passos
em direção às estrelas,
ainda nos deixou
o aroma e a luz
da obra que o resume.
…
saudades
...
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
The Giving Tree
Frondosa árvore
de tronco robusto e colossal
Imagem de um rochedo
Desenha riscos sinuosos
em teus braços-galhos
para encantar e brincar
com nossos olhos
de remanescente infância
E onde queremos repousar
o corpo e o espírito
Tua melhor intenção
Pulsa em teu núcleo quente
A seiva que percorre tuas veias
Te faz mais e mais bonita
Te prepara para a servidão
Honrosa missão
Divina incumbência
Abraça-nos amorosamente
Alimenta-nos de vida
Pacifica nossa alma com teu aroma
Faz que o canto de tuas folhas ao vento
Nos aquiete
Ensina o que é abrigo
O que é silêncio
Que tuas raízes sólidas
fincadas no ventre da mãe terra
mostrem o caminho de volta.
O do primitivo amor
Sopra em nossos ouvidos
O que o Criador confiou a ti
Convida-nos, gentilmente,
a desfrutar da tua beleza
Ameniza a dor das chagas
Com o frescor do teu fruto
Inspira-nos com tua pureza
tua força
tua sabedoria
Embala-nos em teu colo
generosamente
Para sempre.
...
Em sua memória, querido Michael.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Arcanjo Michael
Suas asas têm tanta paixão em voar, que acabam superando as feridas feitas por quem as apedrejou.
Alçam alturas que a postura mediana de nossas vidas não conceberia.
Esse sentimento de amplitude, permite que nem o céu seja o limite, já que também ele é infinito.
E você quis e parece ainda querer avançar, buscando mais além. Chegando, tranquilo, a lugares pra onde sua ousadia conduz. Sempre sorrindo docemente, lindamente.
Você sempre soube e ainda sabe nos fazer chorar e sorrir de felicidade. Pelo espírito puramente infantil e liberto, que deixa suas asas se abrirem generosamente, querendo abraçar o conhecido, mas especialmente o desconhecido. E, mais uma vez generoso, compartilha suas descobertas com a gente.
O anjo mais forte que já tive o privilégio de conhecer.
O que carregou e espalhou o maior amor de todos, por entender sua missão, com a humildade que só os mais fortes têm.
O amor e a saudade de hoje são maiores. Mas também entendo que aceitar o limite da vida física é um exercício diário. Olho pro espaço que você fisicamente ocupou e vejo, com dor e alegria, que participei de uma boa porção. O que acontece comigo e com milhões é fruto real e poderoso do que você construiu.
Muito obrigada. Por sua entrega, por sua paixão, por seu desprendimento. Por sua autenticidade.
That's for all time.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Antes de Tudo..
Seis meses separam minha grande expectativa pela série de shows "This is It", em Londres, da ainda vagarosa realização dessa perda.
Havia uma vibração, alegria, quase um sentimento de forra mesmo, ao vê-lo anunciar o espetáculo. Senti por ele. Queria vê-lo brilhar, arrebentar, calar a boca de muita gente! Era de se esperar que fosse algo maior e melhor que os anteriores. Como eu torcia por isso!
A primeira imagem dele, chegando completamente diferente ,naquele corpo magérrimo, o rosto encovado, me causou uma ponta de tristeza, de preocupação. Visivelmente abaixo do peso, ele começou a falar e, então, minha atenção se voltou pros seus gestos, seu entusiasmo, seu habitual tesão em realizar um trabalho. De suas palavras, não esqueço de... "Vou cantar as canções que meus fãs querem ouvir." e "Essas serão minhas últimas apresentações." E aquela saída, com o punho cerrado, dizendo:"This is is, this is it..." com o coro acalorado do público.
Aliás, também foi algo aliviador, confortante, gostoso mesmo, ver todo aquele delírio antes, durante e após sua chegada. Toda aquela adulação, excitação, gritos, aplausos... As pessoas, como de costume, interrompendo sua fala várias vezes, pra mandar um ..."Michael, I love youuu!!". Como sempre foi. Pensei: "Ah, que lindo...ele está de volta mesmo!". Senti felicidade por ele. Pensei no quanto ele merecia aquela volta por cima, aquele retorno em grandes proporções.
Quem, dos que poderão ler este texto, sentiram a mesma coisa?
Quem caiu, de repente, devastado por uma notícia que parecia não fazer sentido... que parecia contrariar o cotidiano de ensaios vigorosos, criativos, tão cheios de vida?
Quem, como eu, se viu pequenino diante de tamanha dificuldade em acreditar num fato assim?
Quem não viu com estranheza a forma como tudo aconteceu, como tudo foi conduzido por um médico tão experiente?
Acredito que o impacto dessa perda foi ainda maior por estarmos, naquele exato momento, a oito dias de assistir a sua triunfal volta ao lugar que pertencia a ele: O PALCO!
Esse homem-menino nos deu seu(s) talento(s) generosamente. Encantou a todos nós desde os cinco anos, e durante mais de três décadas! E ainda queria mostrar mais, arrancar mais aplausos, gritos..Ouvir os fãs cantando, vê-los dançando, eufóricos, apaixonados!
Deixo que minhas lágrimas fluam, com naturalidade, desde aquele 25 de junho. Um grande pedaço de mim foi embora com ele. Nunca sei se choro por ele ou por mim. Porque não entendo esse mundo sem Michael Jackson. Mesmo.
Não me entendo sem Michael Jackson. Mesmo.
Sem ver sua genialidade enquanto dança, me fazendo sorrir tão fácil! Meu lado bailarina tem fascínio por seus movimentos! Pelo seu imenso dom de conectar-se com o ritmo, com os elementos da música, e deixá-la fluir por cada parte de seu corpo. É delicioso observar a leveza, a raiva, a originalidade, a paixão presentes no Michael dançarino! Não há como esquecer depoimentos de todos os coreógrafos que trabalharam com ele. Um deles, Travis Payne, disse, durante a realização de Ghosts: " Michael faz tudo (referindo-se à coreografia) parecer tão fácil...mas não é!!!
Sei ainda Tudo que senti, que passei a querer quando tinha dez ou onze anos e o ouvi pela primeira vez. Meu modo de entender os ritmos, a dança, o conceito da palavra "show". Depois dele, havia mais empolgação na minha relação com a música. Abri a porta da Motown e me identifiquei com o que ouvi. Naquela idade, claro, Jackson Five em primeiro lugar.
Ainda estou aprendendo o que foi e ainda é não tê-lo aqui, fisicamente.
Em contrapartida, temos um imenso e mundial amor que está vivo, pulsante, constante.
Mas sobre isso, próxima postagem. Aguardo vocês!
Havia uma vibração, alegria, quase um sentimento de forra mesmo, ao vê-lo anunciar o espetáculo. Senti por ele. Queria vê-lo brilhar, arrebentar, calar a boca de muita gente! Era de se esperar que fosse algo maior e melhor que os anteriores. Como eu torcia por isso!
A primeira imagem dele, chegando completamente diferente ,naquele corpo magérrimo, o rosto encovado, me causou uma ponta de tristeza, de preocupação. Visivelmente abaixo do peso, ele começou a falar e, então, minha atenção se voltou pros seus gestos, seu entusiasmo, seu habitual tesão em realizar um trabalho. De suas palavras, não esqueço de... "Vou cantar as canções que meus fãs querem ouvir." e "Essas serão minhas últimas apresentações." E aquela saída, com o punho cerrado, dizendo:"This is is, this is it..." com o coro acalorado do público.
Aliás, também foi algo aliviador, confortante, gostoso mesmo, ver todo aquele delírio antes, durante e após sua chegada. Toda aquela adulação, excitação, gritos, aplausos... As pessoas, como de costume, interrompendo sua fala várias vezes, pra mandar um ..."Michael, I love youuu!!". Como sempre foi. Pensei: "Ah, que lindo...ele está de volta mesmo!". Senti felicidade por ele. Pensei no quanto ele merecia aquela volta por cima, aquele retorno em grandes proporções.
Quem, dos que poderão ler este texto, sentiram a mesma coisa?
Quem caiu, de repente, devastado por uma notícia que parecia não fazer sentido... que parecia contrariar o cotidiano de ensaios vigorosos, criativos, tão cheios de vida?
Quem, como eu, se viu pequenino diante de tamanha dificuldade em acreditar num fato assim?
Quem não viu com estranheza a forma como tudo aconteceu, como tudo foi conduzido por um médico tão experiente?
Acredito que o impacto dessa perda foi ainda maior por estarmos, naquele exato momento, a oito dias de assistir a sua triunfal volta ao lugar que pertencia a ele: O PALCO!
Esse homem-menino nos deu seu(s) talento(s) generosamente. Encantou a todos nós desde os cinco anos, e durante mais de três décadas! E ainda queria mostrar mais, arrancar mais aplausos, gritos..Ouvir os fãs cantando, vê-los dançando, eufóricos, apaixonados!
Deixo que minhas lágrimas fluam, com naturalidade, desde aquele 25 de junho. Um grande pedaço de mim foi embora com ele. Nunca sei se choro por ele ou por mim. Porque não entendo esse mundo sem Michael Jackson. Mesmo.
Não me entendo sem Michael Jackson. Mesmo.
Sem ver sua genialidade enquanto dança, me fazendo sorrir tão fácil! Meu lado bailarina tem fascínio por seus movimentos! Pelo seu imenso dom de conectar-se com o ritmo, com os elementos da música, e deixá-la fluir por cada parte de seu corpo. É delicioso observar a leveza, a raiva, a originalidade, a paixão presentes no Michael dançarino! Não há como esquecer depoimentos de todos os coreógrafos que trabalharam com ele. Um deles, Travis Payne, disse, durante a realização de Ghosts: " Michael faz tudo (referindo-se à coreografia) parecer tão fácil...mas não é!!!
Sei ainda Tudo que senti, que passei a querer quando tinha dez ou onze anos e o ouvi pela primeira vez. Meu modo de entender os ritmos, a dança, o conceito da palavra "show". Depois dele, havia mais empolgação na minha relação com a música. Abri a porta da Motown e me identifiquei com o que ouvi. Naquela idade, claro, Jackson Five em primeiro lugar.
Ainda estou aprendendo o que foi e ainda é não tê-lo aqui, fisicamente.
Em contrapartida, temos um imenso e mundial amor que está vivo, pulsante, constante.
Mas sobre isso, próxima postagem. Aguardo vocês!
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