quinta-feira, 17 de julho de 2014

A Ciranda dos Pirilampos


Trôpega
tão frágil 
além da curva do limite
que um dia pude estabelecer
mínima criatura
desconcertada entre lúcida e insana
vagando por entre vales secos
ininterruptos assombros
caminho sem chão
sem direção
noite sem luar
era a criança pequena 
em meu inteiro lugar
queria só me deixar levar
sentir outra vez o amparo
o abrigo.
E os pirilampos se acenderam
sob cada entalhe de onde eu tentava tocar
a cada ponto que iluminavam 
traziam de novo minha voz
a casa 
toda uma vida
Presentes mais uma vez
em sua linda ciranda
estrelinhas em movimentos
que somente Deus conhece. 
Suas mãos 
seu sorriso
sua meninice
livres
correndo majestosos
da nascente ao mar
Seu amor foi recebido
compreendido
repartido
...
jornada que se refaz
elos que nunca serão perdidos.




~


Dedicado a meu pai e a uma grande inspiração de fé que recebi durante sua enfermidade.




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